O que podemos aprender com Simone Biles sobre saúde mental

Em uma olimpíada, fica muito claro a força de regras morais como determinação, obstinação e força de vontade. Se alguém desiste dá uma demonstração de fraqueza, se perde não é bom o bastante, não treinou como e o quanto deveria. Ao falar abertamente sobre os motivos pelos quais desistiu de participar de algumas competições nas olimpíadas de Tóquio, Simone Biles, a consagrada atleta norte-americana, colocou essas regras em xeque.

Simone Biles

Para Simone Biles é mais importante preservar sua saúde mental que ganhar mais medalhas.
É oportuno mencionar que as mesmas regras colocadas em xeque pela atleta têm nos direcionado em nossas vidas, e claro, no trabalho.

Antes mesmo da pandemia do Covid-19, a OMS já havia manifestado sua preocupação em relação a saúde mental e os ambientes de trabalho não seguros psicologicamente. Divulgaram que há 560 milhões de pessoas no mundo com algum tipo de transtorno mental. Isso gera uma perda produtiva de cerca de 1 trilhão de dólares.

Desde o início da pandemia, especialistas da saúde têm alertado sobre uma quarta onda. Que nada mais é do que transtornos mentais relacionados ao trauma dessa vivência. Estão aí incluídos os impactos das grandes mudanças no trabalho, aceleradas pela pandemia.

O impacto nas organizações

As organizações têm se movimentado e buscados meios para mitigar os danos desses impactos.
As listas de benefícios se dilataram e os funcionários passaram a contar com acesso a aplicativos de relaxamento. Além de sessões de meditação, terapia, consultas psiquiátricas, atividades físicas entre outros.

No entanto, é preciso considerar que o ambiente de trabalho seguro vem antes de qualquer um desses benefícios.
Um ambiente de trabalho psicologicamente seguro é aquele onde as pessoas se sentem à vontade o suficiente para externarem suas inseguranças. Onde são encorajadas a pedirem ajuda, não se sentem constrangidas por serem humanas e as suas vulnerabilidades são vistas com naturalidade. Nesse ambiente o olhar está voltado para o ser humano. Para que ele seja aceito em sua totalidade, dando-lhe permissão para compartilhar o que o faz singular.

Há premissas a serem observadas para a existência de um ambiente seguro. Para criá-lo e sustentá-lo é preciso estimular a cooperação entre os membros das equipes, para que haja mais troca e não haja sobrecarga de trabalho. Afinal, do que adianta convênio com as melhores academias da cidade, se as pessoas não têm tempo ou se sentem exaustas para frequentá-las?

Por trás da decisão da Simone Biles há o apoio de uma liderança consciente das vulnerabilidades da atleta. Pois certamente sabe a importância que tem a escuta. Esse episódio pode ser um fio condutor para reflexões que tragam mudanças imprescindíveis.

Conclusão

Você já se perguntou o que faria se você soubesse que alguém de sua equipe ou um colega está passando por isso? Com depressão, transtorno de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico? E se acontecesse com você?
É preciso educar, encorajar, normalizar o diálogo sobre o assunto, estimular a abertura e o acolhimento. Isso permite que as pessoas entendam que elas podem e devem ser inteiras em qualquer esfera de suas vidas. Isso é conforto e segurança.

Quando uma organização trata a saúde mental como prioridade, ela mais que inclui! Isso tornou-se uma condicional para que uma organização tenha um lugar relevante no mundo de agora em diante.

Ana Laura Dimas de Freitas Rabelo 16/08/2021

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pessoas debatendo a saude mental

Ana Laura Freitas

Minha primeira graduação foi em Administração com ênfase em Comércio Exterior. Iniciei minha carreira trabalhando com exportação e um ano depois, eu estava atuando em finanças internacionais, numa grande empresa do cenário nacional.

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