Construa sua Própria Narrativa: Meu recado para o 08 de Março

Um Chamado à Consciência Coletiva

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é um momento para refletir sobre nossas conquistas e os desafios que ainda persistem na luta por igualdade. Mais do que uma data comemorativa, é um convite à ação, à união e à mudança.

08 de Março é um dia de lembrar que podemos fazer muito quando nos unimos e temos ainda muito trabalho pela frente, porque ainda há muitas mulheres sofrendo todo tipo de violência.

Buscando o Tom Ideal na Luta por Igualdade

Comecei a escrever esta newsletter diversas vezes, buscando o tom ideal para compartilhar minhas experiências sem soar militante. Apesar de ser entusiasta do movimento feminista, ainda me falta conhecimento sólido para assumir tal postura com propriedade.

No entanto, não posso deixar de reconhecer a importância da data e da origem do movimento feminista. A coragem das mulheres que se uniram no início do século XX para lutar por justiça e tratamento humano no trabalho ainda é viva dentro de cada uma de nós, porque trabalho e mulher são indissociáveis.

Como Simone de Beauvoir sabiamente disse: “é pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”

História Pessoal: Entre Altos e Baixos, Lutas e Conquistas

Minha história, como a da maioria das mulheres, é marcada por alto e baixos, dores, alegrias, lutas, vitórias, derrotas e desistências e a primeira vez que li essa frase, tremi, porque sei o que é ter a independência conquistada com o trabalho duro e não valorizá-la. Sei o que é o cansaço de uma vida construída sem se ouvir com atenção e respeito e abrir mão de conquistas por não se (re) conhecer suficientemente.

Nada coopera mais para nos deixar invisíveis do que não nos reconhecermos em nossos próprios caminhos. Nada nos silencia mais do que não parar para ouvir o que temos dentro de nós.

Mas a distância de nós mesmas nos inquieta e ensina. Ainda bem. As mais espertas estão sempre prontas para aprender e virar o jogo e podemos nos dar uma segunda, terceira, quarta quantas chances forem preciso para alcançarmos nossos objetivos e vivermos nossos sonhos.

Redescoberta e Reinício: A Força da Mulher Interior

Houve uma época, isso lá por volta dos meus 38 anos, em que eu sentia uma falta imensa sem saber exatamente do quê. Era uma coisa dentro de mim que me apertava.

Hoje eu descobri que era saudade de mim mesma. Saudade da mulher que eu tinha deixado para trás, das partes importantes de mim mesma que fui deixando cair pelo caminho e me deixaram uma sensação de amputação e membro fantasma.

A gente escuta demais os outros, se preocupa demais em cumprir regras dos outros, em cumprir obrigações para os outros, tem medo de contrariar os outros e quando se dá conta, está amputada.

A minha inquietação não me deixou desistir e sossegar, eu fui empurrada por essa força, que não me deixou morrer na invisibilidade, sem voz e amedrontada.

O Valor do Autoconhecimento e da Perseverança

Em certa altura fui lembrada da menina corajosa, sonhadora, criativa, artística e faladeira que eu era. Ela me deu a mão, que nem na música do Milton Nascimento: ”Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança ele vem para me dar a mão…”

Eu deixei aquela moleca magricelinha e levada me dar a mão e me lembrar de quem eu sou. Dos olhos vivos e curiosos e dos meus sonhos. Estava tudo aqui dentro, adormecido!

A adulta se encheu de coragem para começar do novo.

Encorajamento e Orgulho: A Mensagem Final

O bacana dessa história toda, é que não penso muito na minha data de nascimento. Só sei que tem um desejo dentro de mim, que aprendi a ouvir.

Tem hora que sinto medo, mas isso não me paralisa mais. A vergonha que me acompanhou em tantos momentos, teima em reaparecer, mas eu já tenho minhas estratégias para driblá-la.

Os nãos, não me assombram mais. As pessoas têm o direito de dar negativas, assim como eu, que também aprendi a falar não.

Descobri uma força dentro de mim que me surpreende. É claro que tem dias em que ela diminui o volume, mas saber quem sou e onde quero chegar faz muita diferença.

Sou uma mulher comum que já desistiu sem querer, que continuou muitas vezes com vontade de parar, que se perdeu pelo caminho, que luta com a ansiedade, mas, que apesar de tudo, hoje, sabe o imenso valor que tem.

E que diferença isso faz!

Uma mulher que consegue ver em sua própria história motivos para se orgulhar não desiste fácil.

O que eu quero mesmo com essa newsletter do Dia Internacional da Mulher é te encorajar a não desistir de você, de seus projetos, de seus sonhos, de construir uma carreira que te traduza.

Olhe para sua história com orgulho e extraia dela a sabedoria que te levará para onde quer chegar.

Quero te encorajar a rir de si mesma e de quem riu de você. Encontre quem ria com você.

Orgulhe-se de ser quem é.

Seja dona da sua voz e use-a para te deixar visível nos espaços em que está. Se for preciso construa seu próprio espaço e seja quem quer ser.

Compartilhe com mais mulheres o que tem aprendido!

Faça isso por você. Por mim. Por todas nós.

Lute por você!

Com carinho,

Ana Laura Freitas

Ana Laura Freitas

Minha primeira graduação foi em Administração com ênfase em Comércio Exterior. Iniciei minha carreira trabalhando com exportação e um ano depois, eu estava atuando em finanças internacionais, numa grande empresa do cenário nacional.

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