Faça mais as coisas que você gosta. Essa frase saltou para mim de um dos stories dos
perfis que eu sigo no Instagram no início da semana e volta e meia eu me lembrava
dela.
Eu percebi que ando meio cansada e que talvez essa ela tivesse ficado aqui gravada
porque estou mesmo precisando me olhar com mais cuidado.
Depois de fazer o que eu preciso fazer aos sábados, fiz algo que há muito tempo não
fazia.
Eu peguei um livro de contos publicado recentemente por uma amiga que mora em
Paris e deixei que ele transbordasse dentro de mim.
A leitura pelo simples prazer de ler e gozar das palavras percebidas por outra pessoa
sempre me surpreende e me dá enorme prazer. Foi muito bom!
Eu percebi que tenho me negligenciado nesse sentido e o simples ato de parar e
apreciar a leitura me trouxe uma conexão instantânea com os meus sentimentos
quanto ao porquê de fazer o que escolhi.
A gente se deixa levar por certas urgências no dia a dia e nos esquecemos de nossas
necessidades mais sutis, que estão bem lá dentro da gente.
Houve um tempo em que eu não me dava conta dessas minhas necessidades, porque
estava desconectada demais de mim.
Uma boa parte da minha vida fiquei em silêncio para não fazer barulho e incomodar as
pessoas ao meu redor e depois me envolvi com o ganhar a vida e eu gostei de me
manter ocupada com isso, mas nunca prestava atenção nas sutilezas tão minhas que
eu ia deixando de lado.
Assim, prestar atenção nas minhas sutilezas não era importante e não me dei conta de
que essa negligência me deixou em estado de inanição de mim mesma.
Eu precisei mergulhar fundo em mim para recolher as minhas partes, como se fossem
tesouros de naufrágios. Fui pegando uma a uma para deixá-las emergir para fora de
mim.
Eu aprendi a prestar atenção e não me distanciar das minhas necessidades.
Vez ou outra eu preciso sentir a natureza, pisar na grama, respirar o cheiro do mato,
do mar, ouvir passarinhos e insetos. Às vezes quero só ficar quieta, no ócio sem fazer
absolutamente nada. Nessas horas até os meus neurônios cooperam comigo e ficam
letárgicos.
Uma descoberta mais recente é sobre o prazer de criar coisas como esse texto, que me
permite abrir as minhas janelas e simplesmente deixar que os dedos escolham as
letras no teclado para jogar aqui no papel, e ainda que não seja mesmo papel, a minha
alma é analógica e me dá licença poética.
Essas descobertas me aproximam cada vez mais de uma forma de trabalhar em que
acredito. Trabalhar podendo imprimir afeto no que faço, mais ainda nesse mundo
ostensivamente digital. Nada contra. Me acostumei com isso e gosto, mas me
pergunto: será que o que precisamos não é exatamente isso? Continuarmos analógicos
para sentirmos, agirmos, cuidarmos, nos expressarmos e sermos conscientes do que
nos importa?
Agora à noite eu já tinha dado esse texto por terminado quando vi um vídeo que dizia
que “As coisas que te empolgam não são aleatórias. Elas estão conectadas com o seu
propósito. Então as siga.” E eu lendo e escrevendo com o coração.
Eu realmente acredito que somos chamados de volta para a nossa essência o tempo
todo e para perceber isso, é preciso em primeiro lugar, não perder a conexão consigo.
E olha, não tem nada mais analógico do que fazer mais o que gosta e descobrir que isso te conectam com seu seu propósito.
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